Confesso que não sei durante quanto tempo vou manter este blog...
A insistência de algumas pessoas levou-me a cria-lo mas, como alguns devem ter reparado, a assiduidade na escrita não tem sido muita.
Isto deve-se claro à falta de tempo, mas não só...
Eu tenho de facto "coisas para dizer", ou se preferirem para "partilhar", a questão é que, de cada vez que penso em fazê-lo, acho que é um bocado pretensioso da minha parte.
Acho que, como disse o Pedro no primeiro comentário à minha introdução, é um bocado "umbilical", e no fundo... quem sou eu?
Mas enfim, let's give it a try...
Frases como "burro velho não aprende línguas" ou "eu sou assim, sou assim" e coisas do género, põem-me sempre um bocado triste.
Não existindo pessoas perfeitas, todos temos as nossas "arestas a limar" para vivermos melhor.
Há quem vá vivendo com as suas arestas vivas e se esteja nas tintas.
Eu acredito em tentar mudar tudo o que seja identificado por nós como sendo "um problema".
Por "problema" entenda-se qualquer característica do nosso carácter, dos nossos hábitos, etc, que não contribua propriamente para a nossa felicidade (e para a dos outros) antes pelo contrário.
Nem sempre é fácil identificarmos "um problema" como tal, mas uma vez que o façamos, na minha opinião devemos deitar mãos à obra.
A maior parte das vezes são coisas extremamente enraizadas desde há muito tempo, difíceis de mudar.
Vou dar dois exemplos pessoais, completamente diferentes um do outro, para me tentar explicar melhor:
Problema nº 1:
Ás vezes passo-me completamente com o meu filho com coisas com as quais não vale MESMO a pena uma pessoa passar-se. Tem quatro anos. Faz coisas (tipo deixar cair pasta de dentes para o roupão porque não tem cuidado... qualquer mãe sabe que é lixado de limpar, a não ser que se lave o roupão todo, o que é chato visto que só tenho um...) típicas de meninos de quatro anos. É normal, vai continuar a acontecer, e o facto de eu lhe dar dois berros e um ralhete não vai mudar absolutamente NADA.
O ideal nesta situação seria portanto não criar qualquer tipo de stress absolutamente desnecessário ou de mau ambiente no ar. Pois...
Problema nº2:
Há muito tempo que fumo um maço de tabaco por dia. É mau...
É mau porque faz mal à saúde (minha e dos que me rodeiam), é mau porque fico a cheirar mal cumó (Nuno, escusas de corrigir, foi de propósito...) caraças, é mau porque cada vez é mais incomportável financeiramente... Resumindo; é mesmo muita mau...
O ideal era deixar completamente de fumar. Pois...
Ou seja, temos aqui dois problemas perfeitamente identificados e que, apesar de continuar a tentar, ainda não consegui resolver...
Identificamos um problema, decidimos "erradica-lo" e a coisa não corre como esperávamos...
Era mais ou menos aqui que eu queria chegar...
Até à bem pouco tempo eu "desistia"... tipo, tentava deixar de fumar, não fumava durante X tempo, voltava a pegar num cigarro, depois em dois, depois em três e finalmente decidia que iria "voltar a tentar" noutra altura, que nesse momento não conseguia mesmo.
O mesmo se passava com os meus acessos de mau feitio... Passava-me, sentia-me muita mal com isso, e da vez seguinte voltava-me a passar.
Ou seja, um falhanço levava-me a desistir, pelo menos durante uns tempos, de continuar a tentar melhorar. Punha "o projecto" em stand-by...
Agora uso outra técnica com a qual me dou muitíssimo melhor; perdoo-me as minhas falhas e continuo a tentar.
Em Novembro decidi outra vez deixar de fumar... parei completamente durante uns dias e depois comecei a fumar um cigarro a seguir ao almoço e outro a seguir ao jantar. Depois passei a fumar mais um que outro durante o dia. Neste momento estou a fumar cerca de metade (ou menos visto que faço "meios cigarros" de enrolar) do que fumava antes da minha decisão e ainda não desisti de parar completamente.
A realidade é que estou a fumar muito menos, a gastar menos dinheiro e a empestar menos vezes o ambiente. Já saio de casa sem tabaco, se não tenho não fumo e não me custa nada. Ok, uns amigos são cravados de vez em quando... LOL
Isto versus "caguei tento noutra altura" parece-me bastante mais saudável.
Em relação aos meus "ataques", continuo a tê-los volta não volta... não me consigo controlar de vez em quando.Mas a maior parte das vezes já não me passo. Não está perfeito ainda, mas diria que está muito melhor.
Isto não é nada fácil, até porque os outros normalmente não fazem a mesma coisa, não perdoam... De cada vez que temos um deslize lá vêm os dedos acusadores... "Não tinhas deixado de fumar?", "Achas mesmo que isso é razão para tanto alarido?" e lá vem a sensação de falhanço e a vontade de desistir...
Mas na minha opinião, mais vale "ir falhando" e persistir do que desistir.
Aceitar que nem tudo acontece do dia para a noite...
Perceber que a "educação" não só não é uma coisa imediata como é extremamente difícil sobretudo quando se trata de uma auto-educação e para mais "tardia"...
Quando estamos a educar uma criança compreendemos que temos de trabalhar certos pontos um milhão de vezes até as coisas passarem a correr bem.
Quando é connosco não costumamos ter a mesma paciência, tolerância, compreensão... damos normalmente o caso por perdido com muito mais facilidade.
Quando me dei conta disto consegui de facto acabar por limar uma que outra aresta...
Ainda não desisti de todas as que faltam.
Viver bem dá imenso trabalho : )
A insistência de algumas pessoas levou-me a cria-lo mas, como alguns devem ter reparado, a assiduidade na escrita não tem sido muita.
Isto deve-se claro à falta de tempo, mas não só...
Eu tenho de facto "coisas para dizer", ou se preferirem para "partilhar", a questão é que, de cada vez que penso em fazê-lo, acho que é um bocado pretensioso da minha parte.
Acho que, como disse o Pedro no primeiro comentário à minha introdução, é um bocado "umbilical", e no fundo... quem sou eu?
Mas enfim, let's give it a try...
Frases como "burro velho não aprende línguas" ou "eu sou assim, sou assim" e coisas do género, põem-me sempre um bocado triste.
Não existindo pessoas perfeitas, todos temos as nossas "arestas a limar" para vivermos melhor.
Há quem vá vivendo com as suas arestas vivas e se esteja nas tintas.
Eu acredito em tentar mudar tudo o que seja identificado por nós como sendo "um problema".
Por "problema" entenda-se qualquer característica do nosso carácter, dos nossos hábitos, etc, que não contribua propriamente para a nossa felicidade (e para a dos outros) antes pelo contrário.
Nem sempre é fácil identificarmos "um problema" como tal, mas uma vez que o façamos, na minha opinião devemos deitar mãos à obra.
A maior parte das vezes são coisas extremamente enraizadas desde há muito tempo, difíceis de mudar.
Vou dar dois exemplos pessoais, completamente diferentes um do outro, para me tentar explicar melhor:
Problema nº 1:
Ás vezes passo-me completamente com o meu filho com coisas com as quais não vale MESMO a pena uma pessoa passar-se. Tem quatro anos. Faz coisas (tipo deixar cair pasta de dentes para o roupão porque não tem cuidado... qualquer mãe sabe que é lixado de limpar, a não ser que se lave o roupão todo, o que é chato visto que só tenho um...) típicas de meninos de quatro anos. É normal, vai continuar a acontecer, e o facto de eu lhe dar dois berros e um ralhete não vai mudar absolutamente NADA.
O ideal nesta situação seria portanto não criar qualquer tipo de stress absolutamente desnecessário ou de mau ambiente no ar. Pois...
Problema nº2:
Há muito tempo que fumo um maço de tabaco por dia. É mau...
É mau porque faz mal à saúde (minha e dos que me rodeiam), é mau porque fico a cheirar mal cumó (Nuno, escusas de corrigir, foi de propósito...) caraças, é mau porque cada vez é mais incomportável financeiramente... Resumindo; é mesmo muita mau...
O ideal era deixar completamente de fumar. Pois...
Ou seja, temos aqui dois problemas perfeitamente identificados e que, apesar de continuar a tentar, ainda não consegui resolver...
Identificamos um problema, decidimos "erradica-lo" e a coisa não corre como esperávamos...
Era mais ou menos aqui que eu queria chegar...
Até à bem pouco tempo eu "desistia"... tipo, tentava deixar de fumar, não fumava durante X tempo, voltava a pegar num cigarro, depois em dois, depois em três e finalmente decidia que iria "voltar a tentar" noutra altura, que nesse momento não conseguia mesmo.
O mesmo se passava com os meus acessos de mau feitio... Passava-me, sentia-me muita mal com isso, e da vez seguinte voltava-me a passar.
Ou seja, um falhanço levava-me a desistir, pelo menos durante uns tempos, de continuar a tentar melhorar. Punha "o projecto" em stand-by...
Agora uso outra técnica com a qual me dou muitíssimo melhor; perdoo-me as minhas falhas e continuo a tentar.
Em Novembro decidi outra vez deixar de fumar... parei completamente durante uns dias e depois comecei a fumar um cigarro a seguir ao almoço e outro a seguir ao jantar. Depois passei a fumar mais um que outro durante o dia. Neste momento estou a fumar cerca de metade (ou menos visto que faço "meios cigarros" de enrolar) do que fumava antes da minha decisão e ainda não desisti de parar completamente.
A realidade é que estou a fumar muito menos, a gastar menos dinheiro e a empestar menos vezes o ambiente. Já saio de casa sem tabaco, se não tenho não fumo e não me custa nada. Ok, uns amigos são cravados de vez em quando... LOL
Isto versus "caguei tento noutra altura" parece-me bastante mais saudável.
Em relação aos meus "ataques", continuo a tê-los volta não volta... não me consigo controlar de vez em quando.Mas a maior parte das vezes já não me passo. Não está perfeito ainda, mas diria que está muito melhor.
Isto não é nada fácil, até porque os outros normalmente não fazem a mesma coisa, não perdoam... De cada vez que temos um deslize lá vêm os dedos acusadores... "Não tinhas deixado de fumar?", "Achas mesmo que isso é razão para tanto alarido?" e lá vem a sensação de falhanço e a vontade de desistir...
Mas na minha opinião, mais vale "ir falhando" e persistir do que desistir.
Aceitar que nem tudo acontece do dia para a noite...
Perceber que a "educação" não só não é uma coisa imediata como é extremamente difícil sobretudo quando se trata de uma auto-educação e para mais "tardia"...
Quando estamos a educar uma criança compreendemos que temos de trabalhar certos pontos um milhão de vezes até as coisas passarem a correr bem.
Quando é connosco não costumamos ter a mesma paciência, tolerância, compreensão... damos normalmente o caso por perdido com muito mais facilidade.
Quando me dei conta disto consegui de facto acabar por limar uma que outra aresta...
Ainda não desisti de todas as que faltam.
Viver bem dá imenso trabalho : )