segunda-feira, 19 de abril de 2010

Quem tem medo, compra um cão…

COM MÚSICA

Em tempos que já lá vão, nos primórdios deste blog, falei sobre o medo ...
Nesse post misturei vários tipos de “medos” possíveis, hoje gostaria de desenvolver mais um específico, o medo de agir ou deveria talvez antes dizer de interagir. 

Quantas vezes não dizemos ou não fazemos algo, simplesmente por medo?
Quantas vezes a nossa cabeça e/ou o nosso feeling nos dizem para agir de determinada maneira e a avestruz que há em nós nos impede de o fazer?!


Ter medo de fazer algo, cujas consequências possam eventualmente vir a magoar-nos, é natural… No entanto, se deixarmos que este nos paralise, estaremos muitas vezes na realidade a desistir de lutar pela nossa felicidade, pelos nossos princípios, pelas nossas convicções.

Descobri uma citação do Mark Twain que ilustra bem esta ideia:
“Evitar a felicidade com medo que ela acabe é o melhor meio de ser infeliz. Coragem é resistência ao medo, domínio do medo, e não ausência do medo.”

O ser humano parece-me ser essencialmente pessimista…
Quando confrontada com uma situação hipotética, a nossa imaginação tende a encontrar muito mais desfechos dolorosos do que agradáveis.
Por exemplo, se alguém está anormalmente atrasado, uma das ideias que nos vem logo à cabeça é se lhe terá acontecido alguma coisa.
Apesar de, infelizmente, algumas vezes ser o caso, na esmagadora maioria das vezes há uma justificação muito menos dramática para tal.

Da mesma forma tendemos, ao analisar as potenciais consequências de determinadas atitudes, a considerar uma série de desfechos negativos.
Estamos a falar em situações hipotéticas, em passos que ainda não foram dados… mas quantas vezes só a ideia de que possa correr mal nos faz vacilar e nem sequer tentar que corra bem?

Quantas vezes não dizemos ou fazemos alguma coisa por medo da reacção do outro. Quantas vezes não partilhamos os nossos sentimentos, não fazemos valer as nossas convicções, não exigimos os nossos direitos, por medo do que possa acontecer se o fizermos.

Quantas vezes receamos envolver-nos numa relação por medo de nos magoarmos, por medo de que não funcione. Quem não arrisca, não petisca… quantos petiscos não ficaram por saborear por medo de que nos pudessem “cair mal”…

Quantas vezes não agimos conforme nos dita a nossa consciência, por temermos que nos possa sair o tiro pela culatra. Acreditamos numa forma de acção, sentimos que seria a atitude correcta, mas conscientes de que comporta risco, preferimos abster-nos.

E no entanto, quantas vezes, se arranjarmos a coragem de o fazer, nos damos conta de que afinal valeu a pena, que a nossa vida melhorou por não termos tido medo de lutar por ela…

Claro que as nossas acções podem ter consequências nefastas… 
Mas não são só elas que nos magoam na vida. Muita coisa desagradável, dolorosa, nos pode acontecer que não depende minimamente de nós.
Ao menos que tenhamos a coragem de correr riscos em prol da nossa felicidade. Que as coisas que não fazemos sejam porque decidimos não as fazer… e não por termos sido caguinchas… ;)

Como dizia não sei quem "prefiro arrepender-me do que fiz do que daquilo que não fiz"...

2 comentários:

  1. YAH,

    Bem vistas as coisas não fazer é uma forma de fazer... nada.

    Acho que deviamos ter uma balança, de um lado as coisas que nos arrependemos de fazer e do outro as que nos arrependemos de não fazer. Com o tempo deviamos ir equilibrando...

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  2. a ultima frase diz tudo.
    essa e "quem nao arrisca nao petisca"

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