terça-feira, 9 de novembro de 2010

Comprimentos de onda

COM MÚSICA

 
“Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros…”
Ou deveria talvez antes dizer, para efeitos deste post ; todos somos diferentes, mas alguns são menos diferentes que outros… ;)

As pessoas com quem escolhemos relacionar-nos não são obrigatoriamente parecidas connosco. Cada um de nós é único, com características, convicções, ideias, atitudes, etc, potencialmente muito diferentes.
Se as semelhanças tendem a aproximar as pessoas, são no entanto, por vezes, as diferenças que nos atraem nos outros.

Partilhar a mesma visão do mundo não é condição  sine qua non  para um relacionamento. Se assim fosse, seria aliás um tédio, sem desafios, sem contradições, sem discussão, sem novidade.
Algo nos aproxima certamente, algo teremos em comum que nos atraia uns para os outros, mas não obrigatoriamente a postura perante a vida.
É perfeitamente possível um bom  relacionamento entre pessoas de diferentes religiões, opiniões políticas, ideologias, etc… nem só de concordância vive o homem.

O contacto com a diferença é, na minha opinião, positivo, saudável e estimulante, sobretudo se tivermos uma mente aberta, crítica e permeável à mudança.
Entre outras coisas, através desses outros diferentes  poderemos apreender novos pontos de vista, observar reacções ás suas maneiras de ser, assistir ás consequências dos seus actos, analisar as suas ideias e tirarmos as nossas próprias conclusões.
Em suma, permitem-nos evoluir, sem termos de passar pessoalmente pelas experiências o que, convenhamos, dá um certo jeito e poupa tempo.

Como seres em permanente mutação que somos, vamos pondo coisas em questão.
“Quanto mais sei, mais sei que nada sei…”
E, relativamente ás conclusões a que vamos chegando na vida, gostaríamos de ter certezas, gostaríamos de ter provas, gostaríamos de nos poder apoiar em verdades absolutas… mas nada disto acontece.

Há no entanto uma coisa que ajuda muito… e que são os  menos diferentes do que os outros.
Todos temos um que outro na nossa vida, seres com a mesma visão das coisas, a mesma postura. Daquelas pessoas que provocam em nós o pensamento presunçoso de que “Great minds think alike”…lol

Ao partilharmos as nossas ideias, as nossas teorias, com terceiros , estes podem até  vir a concordar connosco, aceitar os nossos pontos de vista ou simplesmente estar dispostos a considera-los.

Muito mais gratificante, no entanto, é o contacto com alguém que diga as mesmas coisas por outras palavras, que exprima aquilo que pensamos mas não verbalizámos, que acrescente alguma coisa que vá no mesmo sentido, que sustente teorias que intuímos, que desenvolva as questões como o faríamos… basicamente que tenha chegado, grosso modo, ás mesmas conclusões que nós.
 
Não serão obrigatoriamente parecidos connosco. São frequentemente pessoas com uma experiência diferente da nossa, ás vezes até com vidas muito diferentes  mas que, de alguma forma, acabaram por ver o mundo com os mesmos olhos, por chegar ás mesmas conclusões básicas sobre o que é realmente importante na vida.

Não são nem mais nem menos do que os outros mas, sobretudo se nos parecerem pessoas equilibradas, sãs, felizes, são de certa maneira eles que validam aquilo que somos.






Este vai dedicado a um






que tem sido objecto de agradáveis surpresas... ;)

2 comentários:

  1. ...ora aqui está uma boa explicação para eu vir aqui várias vezes debicar...

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  2. A pluralidade de caminhos pensantes é das coisas mais interessantes que pode haver, ajuda-nos a cimentar estados, tornar a razão ou mesmo a emoção elasticadas.
    O azul, o castanho ou mesmo o verde do olho serve apenas de roupagem à pálpebra, o que de facto lhe dá consistência é o brilho que em si encerra, a forma como se vê o que vemos.

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