quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Presunção de culpa

COM MÚSICA



É um clássico, dos filmes de cowboys, a cena do desgraçado prestes a ser enforcado, sem direito a julgamento, por um crime que não cometeu...
Apesar de normalmente não se chegar a esse extremo, no nosso mundo é também infelizmente frequente a presunção de culpa “porque sim” e consequente acusação.

Acusa-se, directa ou indirectamente, o funcionário de preguiçar, a empregada de roubar, a criança de mentir, a cara metade de trair, o amigo de divulgar um segredo...
Para alguns, aparentemente, tudo o que parece é, sem se porem grandes questões.
Pode advir da ideia de que “onde há fumo há fogo”... mas, meus amigos, nem sempre, nem sempre.

Porque é que isto acontece?!
Porque o individuo tem perfil para cometer a infâmia, porque tem antecedentes, porque algo aconteceu que não se consegue explicar e a pessoa em questão aparenta ser o único suspeito, ás vezes simplesmente porque no seu lugar era o que faríamos.

Em qualquer dos casos, acusar sem fundamento, tá mali.
Na melhor das hipóteses gera um sentimento de injustiça, de revolta, pois ninguém gosta que lhe apontem o dedo sem razão.
Mas a coisa pode piorar, saindo o tiro pela culatra, se o outro adoptar uma atitude de “já que tenho a fama, vou ter o proveito”. Ah, pois...

Embora em alguns casos a questão não se ponha, noutros a pessoa em questão poderá na realidade ter efectivamente lutado contra a tentação de fazer exactamente aquilo de que acaba por ser acusada.
O auto-controle, resistir a certos impulsos,  conseguir que a razão leve a melhor, não fazer aquilo que queremos mas o que achamos que devemos, nem sempre é tarefa fácil. Ser recompensado com calúnia não é propriamente motivante.

Por outro lado, se se vier a provar que a coisa não aconteceu, que o “criminoso” não cometeu o acto, o delator faz uma verdadeira figura de urso.
Mas não só, será ele próprio encarado como estando de má fé, ou pior.
Assim, antes de abrir a bocarra e começar a gritar mata/esfola, convém ter a certeza de que as pedras que atiramos não irão fazer ricochete. ;)

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