quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Les petits mouchoirs

COM MÚSICA



Depois de semanas a fio de tentativas frustradas, consegui finalmente ontem ver os tais “lencinhos” de que toda a gente falava.
Muitos o compararam com “Os amigos de Alex” o que, sendo um dos meus filmes preferidos, me deixou logo de pé atrás. Quando se referem aos meus “monstros sagrados” temo sempre a decepção, achando que será dificil chegar-lhes aos calcanhares.
Senti-me um verdadeiro Velho do Restelo. Adorei o filme que não fica, na minha opinião, nem um passo atrás do outro.

Estava sem tema/inspiração para o post desta semana, como se poderá verificar pela ausência de verborreia  de ontem, já estou inspirada, vamos a isso. ;)

Vou tentar não estragar o filme aos que ainda não o tenham visto, aconselhando vivamente a que o façam.
Este, basicamente, retrata um grupo de amigos em férias... (versão Reader’s Digest)

Não encontrei grandes analogias entre os personagens e o meu próprio grupo de amigos, a não ser... Oh my God!!!... a não ser relativamente a um deles que... sou eu. Ouch!
Na realidade já não é bem assim, dado que me “ando a tratar” (lol) e, apesar dos “#$%### não gostarem de o reconhecer (achando certamente que tenho uma reputação a manter), já estou muito melhor, felizmente. A work in progress... ;)
Parecia que me estava a ver ao espelho, revivendo mentalmente umas que outras férias. A mania de organizar tudo e todos, as picuinhices, a preocupação com merdas sem qualquer importância,  o mau feitio, as explosões de mau génio. A quantidade de vezes que cuspi palavras sem qualquer auto-sensura, que gerei ambientes de cortar à faca, que tive atitudes completamente idiotas... bref, que fui absolutamente intragável. Céus!!!
Decidi-me a tentar mudar por ter tido consciência de como tudo isso era nefasto, confesso no entanto que vê-lo ali escarrapachado no ecrã foi para mim um choque, quanto mais não fosse pelo ridículo das situações.
Quero portanto começar por pedir enormes desculpas aos meus amigos por aquilo que fui, que ainda me sai vez em quando e que ninguém tem obrigação de aturar, vocês são os meus herois!

O que nos leva á consideração seguinte...
Embora pareça que acabei de descrever um verdadeiro monstro, por muito estranho que possa parecer, nem no filme nem na minha história da vida real, o personagem é encarado como tal. Porquê?!
Porque a vida não é a preto e branco e as relações de amizade não são côr de rosa.
Ser amigo não é só fazer umas farras de vez em quando, não são umas idas ao cinema, umas jogatanas, umas jantaradas, uns copos... ser amigo é partilhar bons e maus momentos, aceitar defeitos e qualidades, ver o outro tal qual como é e gostar dele na mesma.
A única coisa absolutamente necessária é que o balanço seja positivo, que o bem que nos trazem seja superior ás eventuais situações desagradáveis a que nos sugeitam, á irritação que nos causam pontualmente.
O que não quer dizer que cada um de nós não deva fazer os possíveis para tentar não martirizar o próximo... lol

Finalmente queria falar sobre o espírito de grupo, de clã...
Nem todos o apreciam, há quem tenha um amigo aqui outro ali ou mesmo vários grupos de amigos, mas não goste de pertencer a nenhuma matilha.
Por matilha entendam-se aquelas pessoas constantemente presentes nas nossas vidas, convidadas à priori para a maioria dos eventos, com quem partilhamos regularmente tanto os acontecimentos importantes como os insignificantes. Aqueles com quem festejamos aniversários, passamos o ano, partilhamos férias, viajamos. Os que, ao longo dos anos, vão marcando presença nas fotos, vão envelhecendo nos nossos albums.
Aquele conjunto de pessoas que se conhece como ninguém, perfeitamente conscientes das idiossincrasias de cada um, dos seus pontos fortes, dos seus pontos fracos, da importância do seu papel naquela pequena família.
Família, sim... estes grupos são como famílias. São a família que escolhemos, não a que nos foi atribuida no sorteio do destino. São uma família a que decidimos pertencer e que nos acolheu no seu seio.
Pessoas que se divertem em conjunto, sem cerimónias, sem tabus e se apoiam, “estão lá” em bloco quando necessário. Pessoas que se picam, se pegam, se zangam, mas acabam sempre por fazer as pazes. Pessoas que, quando não estão, fazem falta...

Os dois filmes que referi são verdadeiros hinos à amizade, não sei se haverá muito mais coisas tão valiosas na vida. Amei! ;)









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