terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Trocas e baldrocas…

COM MÚSICA



Parece reinar a ideia de que sem o vil metal nada se faz neste mundo…
Tenho no entanto vindo a descobrir, com muito agrado devo dizer, que não é bem assim.
A noção de comércio começou com trocas.
Pois bem, ás trocas podemos (e estamos a) voltar, fazendo um belo de um manguito à maldita da crise… Tomaaa!!!  ;)

De há uns anos para cá que tenho vindo a organizar, com uma certa regularidade, “Cházinhos das Trocas”.
Começaram com o site do Liceu Francês e a coisa foi-se alargando ao povo em geral.
Hoje em dia são já eventos extremamente concorridos, aos quais comparece todo o tipo de gente.
Para além de se “trocar”, ainda se bebem os tais chazinhos e se comem uns bolos, enquanto se vai convivendo alegremente.

Começámos com trocas de roupa, toda a gente tem em casa roupa em bom estado que não usa.
Acreditem ou não, há quem tenha nos armários roupa que nunca chega a vestir… ou porque não a provou e, descobrindo posteriormente que não servia, teve preguiça de ir trocar… ou porque chegou á conclusão de que afinal não gostava… ou porque lhe ofereceram mas não é do seu agrado...
Da mesma forma e por variadíssimas razões, há quem guarde roupa usada mas em perfeito estado, para a qual olha ano após ano, sem nunca saltar lá para dentro.
A coisa foi-se alargando e hoje em dia já inclui calçado, malas, acessórios, bijutaria, maquilhagem, cremes, perfumes, roupa de casa, objectos de decoração, brinquedos, livros, etc…
Têm tido um sucesso tal que já estamos a começar a especializar e o próximo vai ser só de livros.

Os nossos “chazinhos” funcionam nos seguintes moldes:
Alguém fornece a casa e o chá e organiza a coisa (ou “manda” a escrava de serviço tratar do assunto… lol). Os outros levam os bolinhos. Para além disso, cada um leva aquilo de que se quer desfazer.
Todos vasculham (tipo feira de Carcavelos), experimentam, comentam, botam no saco. 
Alguns levam mas não trazem nada de volta, outros levam pouco e voltam com muito, não interessa.
Em qualquer dos casos sobram sempre montanhas de coisas, que são no fim empacotadas e entregues a uma qualquer causa de solidariedade.
É tudo bom!!!
Calor humano, compras à borla, ajuda a quem precisa, reciclagem… ;)

Mas a coisa não se ficou por aí, uma vez descoberto este maravilhoso conceito, comecei também a trocar serviços…
Há sempre coisas que gostávamos/precisávamos de ter/fazer, sem que tenhamos meios de as pagar…
Porque não trocar a criação de um site por uma consulta de astrologia, aulas por massagens, babysitting por explicações, costura por cozinhados, etc, etc, etc…?
Porque não utilizar aquela riqueza, muito maior do que qualquer euromilhões, que é o nosso precioso tempo?!
Não é imperativa a troca de moeda… troca-se simplesmente uma coisa que podemos fornecer por outra que queremos.
Elementar, meu caro Watson… ;)
Não tendo eu, evidentemente, inventado a pólvora, o Facebook e restante Internet também já se aperceberam deste ovo de Colombo, pululando páginas e sites com base no mesmo princípio.

Se tiverem uma casa de férias, uma casa devoluta que estejam a tentar vender, a vossa própria casa, se tiverem estômago para isso… podem trocar.
Uns amigos meus fizeram isso recentemente, trocaram um apartamento que têm em regime de arrendamento temporário, com outro em Veneza.
Eles fizeram a troca directamente mas, boas notícias, já há sites que tratam exactamente disso. Pessoalmente conheço este, mas deve haver muitos mais…

Minha gente, o céu é o limite, tudo se pode trocar…
Se pensam que, lá porque o mundo está a atravessar uma fase difícil, têm de a passar a pão e água, pensem outra vez!
As trocas são a saída obvia, uma postura contra a merda da sociedade de consumo (pardon my french…), uma reciclagem de bens, uma ajuda a quem precisa e, se bem organizadas, uma ocasião de encontrar pessoas que nos são agradáveis. ;)












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