quarta-feira, 5 de março de 2014

Big Picture / Small Picture




Céus, como a vida está diferente de há uns anos atrás… mais dura, mais pesada, mais difícil em tantos sentidos…
Enquanto saltávamos alegremente de nenúfar em nenúfar, as coisas foram-se transformando, lenta mas seguramente.

O mundo actual é inóspito e assustador. Tudo parece estar em crise, a economia, a política, o meio ambiente, a sociedade, os valores…
Já não há segurança, certezas, garantias, tudo pode mudar de um momento para o outro, a vida é hoje como um trapézio sem rede. Mais do que nunca, o que tínhamos como certo pode desaparecer de repente, sem pré-aviso.
Já não parece haver grandes regras, grandes princípios, grandes guias, movemo-nos em terreno escorregadio, já não sabemos como agir, com que linhas nos cosermos, com o que contar da parte dos outros.
Não se vêm luzes ao fundo do túnel, reina uma sensação de impotência perante o estado das coisas…
Que raio de tempos estes!!!

A questão no entanto é que, gostemos ou não, são os “nossos tempos”  e bitching about it  não só não resolve absolutamente nada, como nos distrai da nossa própria vida, que é aqui e agora.
As pessoas lamentam-se, queixam-se, indignam-se, revoltam-se, de forma tão envolvente que se esquecem que, enquanto o fazem, os relógios não param. As horas, os dias, as semanas, vão passando, esteja em que estado estiver o mundo à nossa volta.

“…SERENIDADE PARA ACEITAR AS COISAS QUE NÃO POSSO MUDAR, CORAGEM PARA MUDAR AS QUE POSSO E SABEDORIA PARA PERCEBER A DIFERENÇA...”

Não precisamos de gostar, de apoiar ou aplaudir, o mundo em que vivemos.
Podemos tentar fazer o que estiver ao nosso alcance, esforçar-nos por dar o nosso contributo, seja lá ele qual for, para colaborar na sua melhoria.
Não devemos, sem dúvida, fechar os olhos ou compactuar com que consideramos errado.
Podemos seguir o lema “quem não está bem, muda-se” e procurar pastos mais verdes.
O que não serve garantidamente de nada é desgastarmo-nos, deixarmo-nos consumir pelo o que não podemos mudar.



São as pequenas coisas da vida, os pequenos prazeres, as pequenas alegrias, que nos vão dando força e ânimo para enfrentar as agruras e provações do dia-a-dia. 
O quadro geral pinta no entanto de tal forma o nosso espírito de negro, que nos tolda a visão, fazendo com que não as consigamos ver, o que faz com que nos sintamos a sobreviver, mais do que a viver.

O actual negativismo generalizado mina as relações humanas, faz com que as pessoas não apreciem realmente os momentos que passam juntas. Transforma encontros potencialmente agradáveis em concertos de carpideiras. Em vez de partilhar sensações agradáveis as pessoas trocam queixas e lamurias.

A realidade minha gente é que, pelo menos nesta vida, não vamos voltar a ter oportunidade de reviver os momentos que perdemos hoje.
Tic Tac, Tic Tac, o relógio avança e o tempo escasseia.
Os sorrisos que não distribuímos, os pores do sol que não vemos, as musicas que não trauteamos, por estarmos macambúzios, já eram, já foram, já não voltam.
Se tudo é mau, se tudo é feio, se já nada presta, que razão temos para viver?

Ou redescobrimos as pequenas coisas que nos aquecem o coração, que nos fazem sentir que a vida vale a pena ou, se não tivermos desistido antes, um dia acordamos e damo-nos conta que esta acabou por se transformar num oprimente azedume, ao qual poderemos provavelmente agradecer o cancro, o avc, o enfarte, que nos levará desta espera-se que para melhor.

Be Happy, it’s a choice! ;)

COM MUSICA

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