quinta-feira, 11 de maio de 2017

Não é com vinagre que se apanham moscas…



   Alturas há em que buscamos adesão para alguma causa e, para que os outros se cheguem à frente, é geralmente necessário um pouco de estímulo. A forma de abordagem parece-me determinante para conseguirmos levar a água ao nosso moinho. Para que alguém dê um pouco de si, se esforce, se dedique, tem de estar motivado e a motivação não se força, não se impõe, tem de vir de dentro para fora.
   Não é, portanto, fazendo os outros sentirem-se mal que se angaria participação e colaboração, antes pelo contrário. Críticas e acusações ou chantagem emocional são pouco eficientes quando alguma coisa requer empenho e entrega. Para obtermos resultados positivos temos de pôr a alma no que fazemos. E isso, ninguém no lo consegue sacar, quanto muito poderá inspira-lo. Basta pensarmos nos cães; como é que, mais facilmente, os levamos a fazer o que queremos? Com porrada e castigos ou oferecendo recompensas e elogios?! Nós não somos muito diferentes.
   Para que as pessoas se unam numa missão comum têm de ser aliciadas, precisam de acreditar nela. Têm de querer fazê-lo, de se juntar voluntariamente, não podem ser coagidas. Podemos apresentar-lhes as questões, pô-las a par dos factos, partilhar a nossa visão, opinião e postura, mas não devemos, a meu ver, tentar impor-lhes nada pois, quando de alguma forma obrigadas, tendem a agir de má vontade. Para além disso, até podem mexer-se um bocadinho, colaborar em qualquer coisita, mas dificilmente se manterão fieis.
   Tudo na vida é uma questão de dar e receber. Digam o que quiserem, mas todos esperamos algo em troca do que oferecemos, quanto mais não seja satisfação pessoal. Ora ninguém faz investimentos nos quais não acredite. Parece-me assim fundamental gerar empatia e inspirar simpatia. Há que provocar entusiasmo, que conseguir que a nossa causa se torne também a sua. As pessoas têm de se alistar voluntariamente, não podem ser incorporadas à força.
   Em ambientes onde reina a paz e a harmonia, onde as pessoas se entendem, se respeitam, é muito mais fácil gerir uma força comum. Ter os outros em consideração, compreender o que os move, promover a sua colaboração, em vez de se queixar da sua falta ou apontar dedos, é nitidamente muito mais eficaz.
   Mas, sobretudo, não devemos colocar demasiado alto as nossas expectativas. Por muito que alguma coisa faça sentido para nós e valha a pena lutar por ela, nem sempre será o caso para os outros.  Por vezes, mal ou bem, simplesmente não estão no mesmo comprimento de onda, não subscrevem as mesmas ideias ou opiniões, não sentem as coisas da mesma forma, não encontram internamente razões para se nos juntar. Por muito frustrante que possa ser, por muito que nos custe ou até revolte, não lhes devemos levar a mal. Das duas uma; ou não conseguimos transmitir eficazmente a nossa visão ou só a nós toca no coração.
   De qualquer forma, uma coisa me parece certa, o calor humano, a boa disposição, o companheirismo, o genuíno interesse pelos outros, parecem-me ingredientes indispensáveis para levar qualquer barco para a frente. ;)


COM MÚSICA

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